Aos 103
anos, Dona Clotildes Ferreira Jorge desafiou a morte – e ganhou a briga. A
aproximadamente duas semanas, ela recebeu dois diagnósticos simultâneos: um de
dengue, outro de COVID-19, combinação perigosa até mesmo para os jovens. A
mineira, no entanto, não só venceu os dois vírus, como o fez longe dos
hospitais, e sem a ajuda respiradores.
Quem conta a história é uma das das
filhas da aposentada, a médica Sandhi Maria Barreto, de 64 anos, além da neta
Carolina Barreto Lemos, advogada de 36. Dona Clotildes, cuja audição já está
severamente comprometida, não pôde falar com a reportagem. Recebeu a equipe
apenas para uma sessão de fotos. A família avaliou que a entrevista, neste
momento, exigiria muito da senhora, que apresenta bom quadro de saúde, mas
ainda está convalescendo.
Sandhi conta
que chegou a pensar que perderia a mãe, que mora no Bairro Havaí, Região Oeste
de Belo Horizonte. "Confesso que fiquei com medo, pois ela é do grupo de
altíssimo risco. Para completar, junto com as doenças, ela teve que enfrentar
um outro baque: meu irmão, a quem ela era muito ligada, morreu de COVID-19.
Eles moravam juntos. Ou seja, minha mãe enfrentou dois vírus e um luto”, relata
a médica.